Quando o amor retorna em silêncio

 

Na vida real, as reconciliações quase nunca têm discursos bonitos.
Não vêm com trilha sonora nem com finais cinematográficos.
Às vezes, elas simplesmente… acontecem.
De um jeito calado, quase tímido, mas imensamente poderoso.

Depois de dias difíceis, palavras duras e lágrimas engolidas,
ela voltou.
Sem justificativas, sem pedir permissão.
Voltou com um gesto simples.
Com uma presença que dizia:
“Ainda somos nós.”

Ser mãe é isso:
um constante exercício de entrega, paciência e espera.
Principalmente quando se é mãe solo,
quando não se tem um colo para descansar,
quando tudo o que você é precisa caber dentro de uma só pessoa.

E eu, além de mãe, sou uma mulher.
Sou uma menina que cresceu sem mãe por perto,
que aprendeu cedo demais a ser forte,
que carregou o mundo sem ninguém notar o peso.

Então sim… às vezes eu falo alto.
Às vezes eu choro quando ninguém vê.
Às vezes eu só queria que alguém me perguntasse:
“Você tá bem?”

Mas mesmo com todas as falhas, com todos os tropeços,
o amor entre mãe e filha é feito de algo que sobrevive.
Mesmo quando tudo parece rompido, ele resiste.
E volta.
De forma singela, mas firme.

Ela se aproximou.
Me deu seu silêncio como pedido de perdão.
E eu respondi com o meu abraço como resposta de amor.

Essa carta é pra você que é mãe e sente que perdeu o laço.
Que está cansada, frustrada, em silêncio.
Eu entendo. Eu sou você.
Mas quero te lembrar:
o amor verdadeiro se curva, se esconde, mas não some.
Às vezes ele só precisa de tempo pra lembrar o caminho de volta.

E quando voltar, reconheça-o — mesmo que ele não diga nada.
Porque nas coisas mais simples…
ele já estará dizendo tudo.

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